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1 08/02/2021 11:39

Quando o agente de pesquisas e mapeamento do IBGE Miguel Ferreira Neto começou a trabalhar no Instituto há um ano e oito meses, o cenário do seu trabalho era completamente diferente. Ele ia a domicílios previamente selecionados para fazer entrevistas presenciais acerca do mercado de trabalho. Mas desde março de 2020, por causa da pandemia de Covid-19, a coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) passou a ser feita por telefone.

A decisão do Instituto buscava garantir a segurança dos entrevistadores e dos informantes. No entanto, desde que o trabalho está sendo feito de casa, os desafios na coleta aumentaram. O principal deles tem sido conseguir os números de telefone dos moradores dos domicílios selecionados. Para reverter esse quadro, o IBGE tem enviado cartas, via Correios ou portador, e telegramas aos informantes, solicitando que entrem em contato com o Instituto e forneçam o número atualizado. Nesse momento de pandemia, o IBGE precisa do auxílio desses informantes para que, ao responderem essas cartas, a entrevista possa ser realizada.

"A coleta de informações para a PNAD Contínua está um pouco mais complexa que o esperado, porque a gente enfrenta muita dificuldade para conseguir entrar em contato com o domicílio selecionado. Uma parcela dos telefones que temos no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos já foi trocada e ainda não recebemos o número novo”, diz Miguel, que trabalha em Porto Velho, Rondônia, em uma das 564 agências do IBGE espalhadas pelo Brasil.

De acordo com ele, também houve aumento das recusas em relação à coleta presencial. “Quando você está na rua, você está testa a testa com o informante e fica mais simples explicar e tentar convencer a pessoa a responder a pesquisa. Então, tínhamos muitas quebras de recusas. Já por telefone, é mais fácil de a pessoa te dispensar”, afirma.

Ao ser abordado por telefone por um entrevistador do IBGE, o informante pode solicitar o número do RG, CPF ou da matrícula do agente e checar a identidade por meio do portal Respondendo ao IBGE e também pelo telefone 0800 721 8181.

A rede de coleta da PNAD Contínua conta com cerca de dois mil pesquisadores que trabalham em aproximadamente 70 mil domicílios por mês em todas as unidades da federação. Segundo o coordenador estadual da pesquisa em Minas Gerais, Gustavo Geaquinto, quando a coleta por telefone foi implementada, houve capacitação dos agentes para que eles abordassem adequadamente o informante. Uma vez que o contato é feito, ainda de acordo com ele, o número de recusas é baixo.

“No entanto, por questão de segurança, algumas pessoas ficam inseguras de passar informação por telefone, até por conta de golpes que existem. Então os servidores são orientados a explicar sobre o sigilo das informações e as formas que o informante tem na verificação de sua identidade junto ao IBGE. É possível verificar a identidade do entrevistador, se de fato ele trabalha para o IBGE e não é um golpe”, ressalta o coordenador.

Geaquinto ainda destaca que as informações prestadas ao IBGE são utilizadas exclusivamente para fins estatísticos, sem qualquer possibilidade de identificação individualizada do informante. Isso é assegurado pela Lei 5.534, de 1968, que garante o direito de sigilo estatístico do cidadão, além de seu dever de prestar informações estatísticas ao IBGE.

De acordo com Geaquinto, por causa da pandemia de Covid-19, a PNAD começou a ter percentuais de não resposta (entrevistas não realizadas) mais elevados do que o esperado. Enquanto a pesquisa era feita de forma presencial, o aproveitamento da amostra era cerca de 90%. Com a coleta por telefone, esse índice passou para 60% em média.







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