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1 01/07/2022 10:03

Um estudo encomendado pelo Blue Keepers, projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil, aponta que cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares com 16kg de plásticos por ano.

A pesquisa foi apresentada na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que acontece em Lisboa, Portugal.

Lançado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o evento promove uma série de soluções destinadas à ação global para os oceanos.

Em entrevista à CNN Rádio, a coordenadora do projeto Blue Keepers, Gabriela Otero, deu detalhes sobre o estudo: “Como foi apresentado aqui em Lisboa, um terço do plástico consumido no país corre o risco de parar na natureza, uma vez descartado.”

“Em números absolutos, quase 3,5 toneladas de resíduos plásticos têm risco real de ir parar no oceano.”

Segundo Gabriela Otero, o BlueKeepers atua para instrumentalizar ações de prevenção para que o lixo não chegue até o oceano, usando a ciência para identificar “hotspots” de poluição crônica.

Ela explica que a fase diagnóstica acabou e traça os próximos passos do trabalho: “Sabemos quais são os pontos críticos de plástico disponível no ambiente com risco de parar no oceano e passamos a inaugurar a fase da ação.”

Serão 10 cidades brasileiras que receberão equipes: Rio de Janeiro, Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Vitória, São Paulo, Baixada Santista e Porto Alegre.

“Vamos identificar o tipo de material que chega na beira da praia, em rios, manguezal, e isso ajuda a pensar estratégias locais de cada municipalidade, mas o planejamento é de pensar soluções para gestão de resíduos e também pensar em circularidade, será que é o caso de redesenhar um produto ou substituir materiais”, completou.

Também à CNN Rádio, o professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Alexander Turra, que participa da Cúpula, avalia que há uma “tendência de degradação do oceano nas mais variadas frentes, atacados por diferentes poluentes.”

Como consequências, há, por exemplo, as mudanças ambientais, com cada vez mais eventos extremos, como furacões. Ele explica que é preciso atuar nessas “comorbidades ambientais”.

“No evento, temos a oportunidade para entender o que vem sendo feito, analisar e tentar corrigir rumos, mas principalmente ganhar impulso, com conexões entre setores em nível nacional e internacional por soluções”, disse.

Na avaliação de Turra, “não estamos cuidando bem” da situação dos oceanos no Brasil.

“Temos essa sensação de que a qualidade do mar está piorando, acumulando lixo, temos menos peixes, e não estamos desenvolvendo o potencial de trazer benefícios dos oceanos, regular o clima e proteger biodiversidade, além de combater a fome e dinamizar a bioeconomia”.

 

Fonte: CNN Brasil







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